Xico, Vasco e Iberê – O ponto de convergência

Gabirus, de Xico Stockinger De 6 de setembro até o dia 17 de novembro, a Fundação Iberê Camargo recebe a exposição Xico, Vasco e Iberê – O ponto de convergência. As obras apresentadas mostram ao espectador ao longo da exposição, as peculiaridades, semelhanças e relações entre os trabalhos dos artistas contemporâneos Xico Stockinger, Vasco Prado e Iberê Camargo, destacando o coleguismo estabelecido por eles no ofício artístico. Dois escultores e um pintor ligados não apenas pelo contexto histórico e social, mas também por suas próprias inquietações e angústias. Trabalhando simultaneamente na Porto Alegre dos anos 80, os três pensaram os mesmos temas e estabeleceram uma relação de coleguismo. A fim de ilustrar essa ligação, a mostra traz retratos feitos por Iberê Camargo de Vasco Prado e de Xico Stockinger, as cabeças de Iberê e de Xico esculpidas por Vasco e outras duas feitas por Xico retratando Vasco e Iberê. Esse triângulo formado pelos artistas é a tônica da mostra, que tem curadoria do crítico de arte e professor da Universidade de São Paulo Agnaldo Farias. Partindo da volta de Iberê a Porto Alegre em 1982, após 30 anos no Rio de Janeiro, ela apresenta uma seleção enxuta de obras que versam sobre a condição humana, a qual – seguida pelo desenho – é ponto de convergência entre as ideologias e poéticas próprias de cada um dos artistas.  Entre as principais obras de Xico Stockinger que serão expostas, destacam-se os Gabirus, série de esculturas que ressalta as péssimas condições de vida de grupos encontrados pelo artista em viagem pelo Nordeste. Já Vasco Prado é mais fortemente representado por Acrólito, escultura em madeira e bronze na qual trabalhou durante quase trinta anos. Nela, o tempo se sobrepõe como que em camadas marcadas pelo buril do artista, evidenciando seu processo de trabalho com a madeira a cada pequena decisão tomada. Tudo te é falso e inútil V e No vento e na terra, de Iberê Camargo, ressaltam a mudança ocorrida nessa época em seu trabalho – que passa de telas carregadas, com uma espessa camada de tinta, grande força gestual e um gradual afastamento da representação a figuras humanas  e uma camada mais fina de tinta sobre a tela. Aqui, o homem é representado em toda sua desgraça e solidão, em telas amplas e cheias de espaço vazio; são postos em evidência os abismos humanos, que também são os abismos do artista.  Fundação Iberê Camargo Av. Padre Cacique, 2000 - Cristal Fone: 51 3247-8000 Horário de Funcionamento: De terça a domingo (inclusive feriados), das 12h às 19h, quintas até as 21h.

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