Elton Saldanha, músico

A Zona Sul de Porto Alegre é a imagem que mais se aproxima do Rio Grande do Sul como um todo. Natureza exuberante e gente simples, que trabalha muito e faz questão de viver a vida com qualidade. O rio, ou estuário ou grande Lago do Guaíba − a nomenclatura toda lhe faz jus−, o nosso sagrado pôr-do-sol, os pássaros ribeirinhos, os ventos que nos visitam encrespando o espelho das águas, os pequenos barcos dos pescadores, as velas ousadas e rápidas dos veleiros e as manobras do pessoal do windsurf. Os iniciantes do kitesurf, os pescadores de fim-de-semana (e eu me incluo), a mata nativa, a gurizada que se reúne pra tomar um chimarrão na orla, as caminhadas, os passeios de bicicletas e os gaudério, que mais pra Zona Sul ainda, passeiam com seus cavalos. Sim, pois aqui na região estamos dentro da mais linda área de natureza de nossa cidade e a um passo da zona rural. Quase todo o dia, no fim da tarde, vou encilhar meu cavalo ali no Lami, e, às vezes, monto com amigos da Ponta Grossa ou de Belém Novo. E não é pouca gente. Não é Beto Zaccaro e Roberto Jow (o meu professor de rédeas)? A minha morada é ali no bairro Pedra Redonda, passando a Vila Conceição, antes de Ipanema, uma ruazinha escondida no barranco do rio. Acordo com um sabiá laranjeira que fez ninho num velho angico e que capricha na sinfonia diária desde as primeiras horas da manhã. Aqui, o clima de vida é do interior, as pessoas se conhecem e há uma maneira cordial de viver em respeito aos vizinhos e a boa convivência com a natureza, exuberante e primitiva. Faz 30 anos que resido em Porto Alegre e já morei em vários bairros, mas quando conheci a Região Sul tive certeza que este era o lugar onde eu teria o meu endereço definitivo. Eu moro ali, no comecinho da Avenida Coronel Marcos e quem passar neste lugar, certamente vai saber porque chamo este cantinho de Paraíso.

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